POLÍCIA

Policial penal teria sido perseguido e cercado antes de atirar na Expoacre

Os disparos ocorreram após o agente penitenciário ser expulso do bar Tardezinha durante o encerramento da Expoacre 2023; defesa alega legítima defesa após agressões.

Por Redação, ac1

28/11/2024 18h07
O caso envolvendo o policial penal e ex-diretor de presídio do Acre, Raimundo Neto, 38 anos, ganhou novos desdobramentos com depoimentos de testemunhas e avanços na investigação, que revelaram contradições nos relatos iniciais.

O que aconteceu

Raimundo Neto foi preso após atirar em Wesley Santos da Silva, 20 anos, e em sua namorada, Rita de Cássia, durante um desentendimento no bar Tardezinha, localizado dentro do Parque de Exposições, onde ocorre a Expoacre. Inicialmente, ele foi acusado de importunação sexual, mas depoimentos indicam que o assédio teria sido cometido por seu tio.

Após serem expulsos do bar, Raimundo Neto e seu tio teriam sido seguidos e cercados por Wesley, Rita e outras quatro pessoas. Segundo a defesa, o policial e o tio foram agredidos pelo grupo, levando Raimundo a disparar para se defender. A pistola utilizada, de calibre .380, foi apreendida pela polícia.

Contradições nos depoimentos

Local do incidente: Depoimentos iniciais indicavam que o confronto aconteceu em frente ao bar Tardezinha, sugerindo uma emboscada por parte de Raimundo Neto. No entanto, investigações demonstraram que o ocorrido foi cerca de 60 metros do bar, em frente ao bar QGVI, próximo ao restaurante JB Grill, dentro do Parque de Exposições. Essa informação confirma que Raimundo e seu tio foram perseguidos, reforçando a tese de legítima defesa.

Trajeto seguido pelas vítimas: Outro ponto de contradição envolve o trajeto tomado por Wesley e Rita. As investigações apontam que as vítimas estavam utilizando transporte por aplicativo (Uber), que normalmente busca passageiros na frente do Parque de Exposições, perto da entrada principal. Contudo, Wesley, Rita e o grupo que os acompanhava seguiram para o fundo do parque, na mesma direção que Raimundo e seu tio, que estavam deixando o local para retornar para casa. Essa mudança de trajeto sugere uma perseguição, contradizendo a versão das vítimas de que Raimundo e o tio seriam os agressores.

O que diz a defesa

O advogado Wellington Silva afirmou que os disparos foram motivados pelas agressões sofridas.

“Ele foi agredido dentro do bar, depois fora, por seis pessoas. Tanto ele quanto o irmão foram atacados, e utilizou os meios que dispunha para reagir. Essa é a realidade dos fatos, com base no que está nos autos”, declarou o advogado.

Após a audiência de custódia, o Ministério Público do Acre (MPAC) recorreu da decisão do juiz plantonista, e Raimundo Neto foi preso novamente em 22 de novembro de 2023. Desde então, ele permanece detido, e não houve novos fatos relevantes apresentados nas investigações.

Imagens de vigilância desaparecidas

Outro ponto de destaque é o desaparecimento das imagens das câmeras de segurança do Parque de Exposições. Wesley Santos da Silva, uma das vítimas, trabalhava na empresa responsável pelas câmeras, mas os registros que poderiam confirmar ou refutar as alegações não foram fornecidos.

Política de Privacidade

Termos do site